Os registos da Universidade Gregoriana em Roma mostram que, a 6 de Dezembro de 1938, a tese de Lonergan intitulada "O pensamento de S. Tomás sobre a graça operativa" foi aprovada para apresentação em Teologia. A dissertação foi completada em 1940. Segundo as suas palavras, «…demorei anos até atingir a mente de S. Tomás de Aquino."1 Até 1949 continuou a publicar uma série dos artigos sobre a tradição tomista e, mais especificamente, sobre o processo de conhecimento. Nesses estudos deslocou-se das perguntas teológicas sobre a graça para as questões filosóficas sobre a interioridade, isto é, como Deus se revela na consciência.
Nos anos seguintes a 1949, Lonergan ocupou-se com a redacção de Inteligência: Um estudo do conhecimento humano, publicado em 1957. O livro tem 875 páginas na edição definitiva, da Universidade de Toronto; são muitos os que confessam nunca o ter lido por inteiro e poucos o leram completamente. É, de facto, um tratado filosófico que pretende levar a cabo uma integração dos conhecimentos humanos, tal como se apresentavam em meados do séc. XX, com uma soma e complexidade que ultrapassava em muito as situações epistemológicas racionalizadas por Platão e Leibniz. O escopo da obra é imenso: «A auto apropriação da nossa auto-consciência intelectual e racional começa como teoria cognitiva, expande-se para uma metafísica e uma ética, e avança para uma concepção e uma afirmação de Deus, para ser finalmente confrontada com o problema do mal que exige a transformação da inteligência auto-confiante no intellectus quaerens fidem.» Se de facto cumpriu estes objectivos, Inteligência tornou-se a mais importante obra de filosofia do séc. XX, como aqui procurarei indicar, apontando muito sucintamente as cinco principais temáticas da obra: a relação entre conhecimento e realidade, conhecimento científico e cosmologia, a acção humana e a ética, as questões de interpretação, a relação entre natureza de Deus e filosofia.
1 Insight, Epílogo, p.769
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