terça-feira, 29 de maio de 2007

Mais sobre o senso comum

Como Ser inteligente, o homem é fiador da ordem pelo senso comum, e de forma espontânea , ele identifica o bem com o objecto do desejo, e este desejo não se deverá confundir com o impulso ou com o planeamento egoísta. Ainda que não se esqueça do seu interesse pessoal, mesmo assim a sua pessoa não é uma mónada leibniziana: porque nasceu do amor dos seus pais; cresceu e desenvolveu-se no campo gravitacional do afecto deles; afirmou a sua própria independência para se apaixonar e dotar-se com os seus acontecimentos humanos e das relações existem leis clássicas e estéticas que se combinam concretamente acumulados de esquemas de recorrência. As acções humanas são recorrentes; a sua recorrência é regular, e a regularidade é o funcionamento de um esquema, de um conjunto padronizado de relações do tipo: se um X ocorrer, então um X ocorrerá recorrentemente.

Numa revolução a violência é incontrolável; as leis perdem o seu significado; os governos emitem decretos que não são observados; até que o cansaço com a desordem acaba por dispor os homens a aceitar qualquer autoridade que se afirme de forma eficaz. Contudo, uma revolução é apenas um golpe momentâneo de paralisia no Estado. Os progressos da tecnologia, a formação de capital, o desenvolvimento da economia, a evolução do Estado não só são inteligíveis, como são inteligentes.

Após a obtenção da civilização, a comunidade intersubjectiva sobrevive na família com o seu circulo de parentes e o crescimento dos amigos, nos usos e costumes, em artes, ofícios e perícias fundamentais, na língua, nos cânticos, na dança, e mais concretamente na psicologia interior e na influência irradiante das mulheres.


AUTORIA DE: António Fernando Teixeira Cardoso

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