segunda-feira, 7 de maio de 2007

A matriz da consciência

Em jeito de balanço, pode afirmar-se que o sujeito humano consciente se apresenta de um modo diferente do que correntemente se entende: não como um objecto mundano entre outros; nem sequer como um sujeito "interior", "dentro de nós" em confronto com um objecto externo, "algo lá fora", como Lonergan escreveu. É um sujeito situado na natureza e na história, um sujeito que conquista consciência de si e reconhecimento na dimensões pessoais, comunitárias e históricas.

No decurso da filosofia moderna, a teoria confrontacional, que reduz o sujeito a um objecto especial, produziu uma variedade de teorias e conjuntos de proposições, entretanto desacreditadas pela investigação científica. As actuais filosofias da consciência advertem que estas batalhas de horizontes conceptuais não podem ser resolvidas por um apelo à coerência de um determinado horizonte, teoria, ou autoridade. O ponto de partida necessário é a sabedoria que gera esses mesmos horizontes, teorias, ou autoridades; não precisamos de uma teoria fundante mas sim de uma realidade fundante; como atrás escrito, não de uma filosofia, nem sequer a filosofia, mas de um pensamento matricial em que se possa inscrever cada filósofo com a sua paixão de pesquisar.

Esse pensamento matricial parte da coincidência entre a visões do mundo concreto, tal como são apresentadas pelas ciências humanas e da natureza e pelas filosofias da consciência.

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