terça-feira, 20 de março de 2007

2.3 A visão do mundo como probabilidade emergente

1. Que tipo de universo resulta da validade concomitante da ciência clássica e estatística? Uma das maneiras mais interessantes seria a enciclopédica, ou seja a descrição exaustiva das particularidades. Mas não só não há espaço e tempo para especificar todas a fazer como talvez nem seja a mais interessante. A outra é genérica e assenta em seguir o dinamismo da inteligência humana. desde a ciência antiga à clássica e à contemporânea. A ciência de tipo de Aristóteles originou uma experiência de hierarquia cósmica. A ciência clássica da época de Galileu a Newton desenvolveu o determinismo mecanicista a que o idealismo filosófico era uma resposta.. A complementariedade dos métodos científicos clássicos e estatísticos também torna pensável uma ordem imanente do cosmos.

2. Qual o tipo de universo em que as leis estatísticas e clássicas têm aplicação. Autores como Prygogine dão exemplos. Consideremos o que se passa com situações tais como os movimentos planetários, os ciclos da água ou do nitrogénio, os ritmos da vida animal e vegetal e mesmo os ciclos da vida económica. Em todos este processos surgem fases em que uma mudança será contrariada por uma mudança oposta de modo a restabelecer a situação inicial. Uma infecção numa parte do corpo estimula o doente a reagir num processo que restabelece a saúde. A inflação desencadeia o desemprego que faz diminuir os consumos e assim reduz a inflação. Estímulo resposta e feed-back na psicologia. Um cosmos assim é melhor descrito pela imagem de uma casa comum em que habitam todos os seres com exigências próprias que têm de ser compatibilizadas. Estamos longe da velha ideia aristotélica da ordem estática e longe da noção determinista de Galileu, Newton, Voltaire Laplace, Chomsky do relógio bem regulado, com ou sem relojoeiro.