domingo, 18 de março de 2007

2. INTELECÇÃO na ciência

2. Intelecção na Ciência

2.1 Métodos clássico e estatístico

6. Os cientistas atingem os resultados no final de uma aplicação de um método. O paradoxo dos métodos é que eles consistem em encontrar meios para obter um fim. Ora como ajustar os meios para fins que ainda se desconhecem? Como conhecer o que ainda não se conhece? A resposta é a estrutura heurística. A ciência vai à procura de correlações ainda não especificadas, funções ainda indeterminadas: a tarefa de especificar é obtida através de medidas, tabelando medidas, e exprimindo essas descobertas através de uma correlação geral ou função, que, desde que verificada, define um limite dentro do qual convergem as relações entre futuras medidas. Os dados convergem para uma perspectiva, as deduções são possíveis, e previsões também. Esta é a estrutura heurística clássica de Galileu, Newton, Einstein. Antecipa uma inteligibilidade adquirida por descoberta directa. Não é preciso entrar aqui em aspectos de corpúsculos, partículas elementares, causalidade, ondas, mecanismo , determinismo, etc.

7. A ciência contemporânea atingiu um novo tipo de estrutura heurística a que se pode chamar estatística cada vez com maior importância em todos os domínios, da física à economia, da biologia à metereologia. Nestes casos, as deduções têm de ser restritas a curto prazo e as previsões devem limitar-se a indicar probabilidades. Um bom exemplo é as diferenças entre os movimentos dos planetas e as inconstâncias do tempo. Os astrónomos podem prever eclipses mas os meterologistas carecem de dados permanentes. Os astrónomos estão absolutamente certos sobre as datas dos eclipses passados ou futuros, mas os metereologistas carecem sempre de dados para nos dizer o que se vai passar amanhã, quanto mais dentro de uma semana, ou de um ano, ou um século. Analisa um processo não-sistemático para o qual não existe uma intuição única que o abrange. Uma consequência importante é de que, enquanto o processo sistemático é monótono, o não-sistemático origina novidades. O primeiro é reversível. Os deterministas afirmam, com razões melhores ou piores, que o universo é sistemático; uma vez que se conheça a sua situação num determinado tempo e as leis segundo a qual se desenvolve, pode-se demonstrar qualquer facto, passado, presente ou futuro.

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