domingo, 8 de julho de 2007

A questão do "Darwinismo Social" [2ª parte]

Face a todos os problemas sociais do período pós revolução industrial, os apoiantes desta teoria consideravam os mais pobres como os menos adaptados, ou seja, os mais fracos, que não se souberam adaptar e os ricos como os mais fortes, adaptados. As implicações de tais concepções foram terríveis. A Eugenia, estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente, assim a definiu Francis Galton[1], um dos mentores da mesma, é o novo meio de selecção (agora, não natural) da espécie humana. O caso mais típico desta prática é durante o período Nazi, a exaltação da Raça Ariana e o extermínio das raças inferiores.
Esta teoria é hoje bastante condenada pela sociedade, em geral. Contudo, um fenómeno interessante e que, a meu ver, requer um profundo e sério estudo, é o ressurgir de grupos extremistas – anarquistas, fascistas, neo-nazistas, … – que voltam a defender estas práticas políticas, deploráveis para o Homem civilizado.Resta-nos perguntar sobre até que ponto esta concepção, da luta pela sobrevivência, da vitória dos fortes sobre os mais fracos, ainda não está presente, se bem que de forma camuflada, no sistema económico actual que, apregoando o progresso e a evolução da sociedade, faz aumentar a distância entre os poucos e muito ricos e ou muitos e muito pobres?
[1] Francis Galton (1822-1911), primo de Darwin, defendia que a criação de instituições públicas de bem-estar para os pobres, asilos e manicómios, para as pessoas com deficiências mentais, são instituições maléficas à sociedade, já que permitem que os seres humanos inferiores se reproduzam às vezes mais rápido que os seres humanos superiores.

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